Na segunda-feira passada (23/03), um estudante gay do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi agredido por volta das 18hs, na região do Alto da XV, por um grupo de supostos skinheads. Segundo o seu relato à Polícia Militar, o grupo era formado por mais ou menos dez homens, com cabelos raspados, usando suspensórios e coturnos. Tal descrição leva a crer que era um grupo de neo- nazistas.O caso ocorreu na mesma semana em que o site A Capa noticiou caso de agressões em que homossexuais são vítimas de ataques com spray de pimenta, no centro de Curitiba.
O garoto foi agredido com socos, pontapés e pedradas. O estudante terá que passar por uma cirurgia facial. Ele prestou queixa na polícia e fez exame de corpo e delito no Instituto Médico Legal (IML), por conta do espancamento. Os colegas de universidade do jovem organizam um protestos contra a homofobia para essa semana. Segundo o Grupo Dignidade, os ataques homofóbicos promovidos por skinheads a travestis e homossexuais tem crescido nos últimos meses. De acordo o coordenador do Centro de Referência de Prevenção e Combate à Homofobia, Marcio Martins, "estes casos são apenas a ponta do iceberg, porque por causa do medo, a imensa maioria dos agredidos não registra a violência nem nos grupos de apoio e muito menos na polícia".
CARTA DE FREUD
“Eu apreendo de sua carta que seu filho é um homossexual. Estou muito impressionado pelo fato de que a senhora não mencionou este termo nas informações que deu sobre ele. Posso perguntar-lhe por que evitou esta palavra? Homossexualidade, seguramente, não é uma vantagem, mas não é nada de que tenhamos que ter vergonha. Não é vício, degradação e não pode ser classificada como uma doença. Consideramos a homossexualidade como uma variação da função sexual, produzida por uma certa parada no desenvolvimento sexual. Muitos indivíduos altamente respeitáveis, nos tempos antigos e modernos foram homossexuais (Platão, Michelangelo, Leonardo da Vinci, etc.). É uma grande injustiça perseguir a homossexualidade como um crime e também uma crueldade. [...] Perguntando-me se posso ajudá-la, a senhora pergunta, suponho, se posso abolir a homossexualidade substituindo-a pela heterossexualidade normal. A resposta é: de maneira geral, não podemos prometer isto. Em um certo número de casos, somos bem sucedidos, desenvolvendo os germes das tendências heterossexuais que estão presentes em todo homossexual. Na maioria dos casos isto não é possível. [...] O que a análise pode fazer por seu filho, caminha na linha diferente. Se ele é infeliz, neurótico, dilacerado por conflitos, inibido em sua vida social, a análise pode trazer-lhe harmonia, paz de espírito, plena eficiência, quer ele permaneça homossexual ou mude”.
Lewis, 1989 IN Costa, Jurandir Freire. A face e o verso: estudos sobre o homoerotismo II. SP: Escuta, 1995, p. 255.
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