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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PAZ CURITIBA PAZ


Por quanto tempo ainda a violência triunfará? Por quanto tempo o preconceito e a banalização da vida triunfarão? Por quanto tempo a intolerância, o egoísmo e a impunidade serão manchetes? Estamos de luto. Não só pela morte de um jovem cheio de vida, filho de uma querida amiga. Estamos de luto porque na sociedade atual ainda se mata por cor de camisa, cor de pele, cor dos olhos, cor da ideologia, cor da sexualidade.... Cores da violência?
Não!

A cor não mata. A cor foi um presente de Deus. A cor celebra os Orixás e a beleza do universo. A cor dá nome ao mundo. A cor é vida. A cor é a palavra. A cor é luz, movimento e som. . A cor é Zambi. Os olhos que deveriam ver a riqueza da diversidade enxergam a miopia do preconceito e a cegueira do ódio.

O ódio organizado banalizou o bem sagrado da vida. Havia tantos caminhos que poderiam ter sido seguidos. Mas nem se tratava de um conflito. Não se respeitou o direito de ir e vir. De ter uma paixão, de escolher uma cor. Qual a razão para essa covardia? Não há. A desrazão impera. O fanatismo decide. E como protagonistas desse crime outros jovens! Justamente os que iam mudar o mundo, justamente onde se depositava a utopia de um amanhã mais justo e fraterno. Jogaram tudo no lixo por ódio e por desprezo a vida.

No coração de uma mãe e de uma família uma dor que não precisava existir. Nenhuma palavra cessará essa dor, mas talvez possam ajudar nessa caminhada. Espero que as autoridades não a aumentem com a injustiça. Ontem quando soube do fato o meu coração ficou triste com por essa amiga querida e pela dor que sente. Quantas vezes se disse que os pais não deveriam enterrar seus filhos. Pura verdade.
Neste domingo passado destruíram vários ônibus, brigaram e tumultuaram em vários pontos da cidade. Neste domingo de Atletiba a vida foi banalizada e humilhada, reduzida a uma cor que sei La quem achou que era a cor errada.

Não aceito esse caminho para a juventude. Não quero isso para a cidade que adotei e escolhi pra formar
minha família. Não aceito deixar de sonhar. Não troco as cores da vida. Não aceito as canções de ódio. Não aceito a intolerância e o preconceito. Não aceito banalizações organizadas. Sou cidadão que paga os impostos e cumpre suas obrigações. Qual é a resposta da policia e da justiça? Qual a resposta dos políticos? E o Coritiba e Atlético que vão fazer? E os meios de comunicação?
Será que vocês vão querer me roubar o orgulho e a felicidade com a Copa e as Olimpíadas no meu país?

Quero uma Curitiba com paz. Quero a vida em cores de amor. Quero respeito pelos direitos humanos. Quero respeito pela vida humana. Quero escutar no vento as canções das folhas e das águas. Quero poder escutar os pássaros. Chega de violência. Quero escutar o vento soprando a paz e o amor.


Blowing In the Wind (Bob Dylan)
Soprando no vento

Quantas estradas precisará um homem andar
Antes que possam chamá-lo de um homem?
Sim e quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar
Antes que ela possa dormir na praia?
Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Quantas vezes precisará um homem olhar para cima
Até poder ver o céu?
Sim e quantos ouvidos precisará um homem ter
Até que ele possa ouvir o povo chorar?
Sim e quantas mortes custará até que ele saiba
Que gente demais já morreu?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Quantos anos pode existir uma montanha
Antes que ela seja lavada pelo mar?
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir
Até que sejam permitidas a serem livres?
Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça
E fingir que ele simplesmente não ver?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

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