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sábado, 7 de março de 2009

Aborto de menina mais grave que estupro do padastro. Pode?!


Pessoal, vejam a frase da criatura do padre que excomungou a menina de 9 anos que fez um aborto após engravidar por estupro do padrasto:

(...) o padrasto não seria passível de excomunhão.
"Esse padrasto cometeu um pecado gravíssimo. Agora, mais grave do que isso, sabe o que é? O aborto, eliminar uma vida inocente", disse ele a jornalistas.

Um padrasto estuprar sua enteada de 9 anos é menos grave que esta abortar da gravidez que tal ato gerou?????
Pare o mundo que eu quero descer!!

A notícia:

Lula critica excomunhão e defende medicina em aborto de menina
Sex, 06 Mar, 04h07

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a medicina está mais correta do que a Igreja, referindo-se à polêmica levantada em torno do aborto feito em uma menina de 9 anos, estuprada pelo padrasto.

"Não é possível permitir que uma menina estuprada por um padrasto tenha esse filho, até porque a menina corria risco", disse Lula a jornalistas durante evento em Vitória, no Espírito Santo. "Eu acho que, neste aspecto, a medicina está mais correta que a Igreja", afirmou.
Na quarta-feira, o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, anunciou a excomunhão da mãe, dos médicos e das pessoas envolvidas no aborto, feito com base legal na quarta-feira em uma maternidade pública da capital pernambucana.
Os médicos que conduziram o aborto disseram que a gravidez, de gêmeos, representava um risco para a vida da menina.

A lei brasileira autoriza o aborto em caso de estupro ou quando a mãe corre o risco de morrer, mas o arcebispo justificou a excomunhão alegando que "a lei de Deus está acima de qualquer lei humana".

"Eu estou dizendo que a medicina está mais correta que a Igreja, e a medicina fez o que tinha que ser feito, salvar a vida de uma menina de 9 anos", afirmou Lula, segundo . "Como cristão e como católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja católica tenha um comportamento, eu diria, conservador como esse."

Nesta sexta-feira, porém, dom José Cardoso Sobrinho voltou a defender a medida, mas disse que o padrasto não seria passível de excomunhão.

"Esse padrasto cometeu um pecado gravíssimo. Agora, mais grave do que isso, sabe o que é? O aborto, eliminar uma vida inocente", disse ele a jornalistas.
O chefe do Conselho Pontifício do Vaticano para a Família, Gianfranco Grieco, afirmou ao jornal italiano Corrieri della Siera que a decisão do arcebispo foi correta.
A menina deixou o hospital nesta sexta-feira e seria encaminhada a um abrigo, em local não divulgado.
(Por Fabio Murakawa)

Em tempo:
Entrevista de Françoise Dolto sobre o aborto e a igreja.

Ela não fala do caso do estupro, mas da impossibilidade, por vezes, de levar ao mundo crianças sobre às os pais não têm condições de dar sustentação emocional. Controvérsias religiosas à parte, não estamos na Idade Média e o Estado não é mais coordenado pela Igreja Católica Apostólica Romana, portanto tem a obrigação de sustentar os direitos de seus cidadãos.

“--Como analisa o fato de que a igreja, através dos pronunciamentos verbais e escritos de seu chefe, o papa, se opõe ao aborto? Não existe aí uma preocupação que se poderia classificar de ‘biologista’, orientada para o ser carnal e não para o espiritual?

-- Para mim é surpreendente que ele seja contra o aborto e não contra a sacarina! A sacarina é um engodo, ela dá a impressão do açúcar, mas não leva esse produto ao organismo, embora permita o prazer do sabor ‘adocicado’ a pessoas que, sem ele, não poderiam ingerir este ou aquele alimento – como o café, por exemplo, que não é indispensável. Há indivíduos que jamais tomariam café pelo prazer de se sentirem fortalecidos, se não pudessem tomá-lo com sacarina... E, enquanto aparentemente se vê com bons olhos a ingestão de sacarina, julga-se condenável a obtenção de prazer genital sem correr o risco de pôr no mundo uma criança que não se pode educar (moral, material e socialmente). Para mim, esses dois casos, aparentemente tão distintos, decorrem do mesmo princípio: se alguém tem necessidade ou desejo de relacionar-se sexualmente, e não é capaz de pôr uma criança no mundo de uma forma que seria ‘cristã’ no sentido da responsabilidade, então o seu verdadeiro dever é não ter filhos, o seu dever é não levar o seu cônjuge à loucura, nem cair pessoalmente na histeria. Como sabemos hoje, aqueles que não são capazes de sublimar os desejos pelo processo do recalque tornam-se neuróticos. Temos de saber que somos, com toda a humildade. Há pessoas, que são capazes de uma continência que leva sua libido a subir de nível, a tornar-se uma libido com frutos maravilhosos etc. Mas são em número muito reduzido... O resto da s pessoas estará sempre exposto a mergulhar na neurose. Não me parece que seja caridade, no sentido cristão, não permitir que os meios descobertos pela ciência para controlar a concepção sejam postos em prática. E isso, é claro, sem interromper o processo de educação dos seres humanos, pois, graças a essa educação, não será o esfrega-esfrega dos órgãos sexuais que há de ser importante na relação entre homens e mulheres”.
p.18

DOLTO, F. Sexualidade feminina: libido, erotismo, frigidez. 3.ed. São Paulo:Martins Fontes, 1996.

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