Num percurso de análise, uma das sensações mais fortes que se têm é a de estranheza. Nos deparamos com uma pessoa desconhecida que nos habita, amedronta e que gostaríamos que desaparecesse. O problema é que esta estranheza traz consigo a sensação do familiar. Não sou eu, mas Freud que disse em um de seus textos denominado 'O estranho' (1919), que a familiaridade do estranho que nos habita é algo inerente à análise. A música "Eu não falo com estranhos" da banda Diedrich & Os Marlenes me lembra esta sensação..muito vivenciada e muito ouvida. O bom da história é que vale a pena re-conhecer este estranho. É ele que nos permite sermos menos cindidos, mais felizes, menos ignorantes de nós mesmos.
Para quem ainda não conhece (tsc tsc...), Diedrich & Os Marlenes é uma banda curitibana ótima formada por Oneide Diedrich, Luiz Ferreira, Renato Quege e Andre "Tatos" Camargo. Desliguem a Globo (urgh) já e procurem conhecer a banda e outras boas coisas da vida! Sempre que tiver show postaremos aqui. Segue a letra:
"Contava em encontrar
Aquela pessoa
Que não existe mais
Perdi no desencontro
Do espelho estraçalhado
As mil faces iguais
Não quis rever o monstro
Mas no fundo eu sabia
Que éramos iguais
Sorri há há há há
Que estranho conhecido
Quem é este rapaz?
Chorei chorei chorei
E era bem estranho
Que o estranho procurava
Alguém pra conversar
Mas eu não quis conversa
Eu não falo com estranhos
Nem quis me aproximar
Achados e perdidos
Perdido de mim mesmo
Sentei para chorar
Chorei A A A A
Que estranho conhecido
Quem é este rapaz?
Chorei chorei chorei"
Eu Não Falo Com Estranhos
Diedrich & Os Marlenes
Composição: DeeDiedrich
Diedrich & Os Marlenes
Composição: DeeDiedrich
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