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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

MULHERES DA PAZ





Cuidar da comunidade como quem cuida da própria família. É dessa forma que vão trabalhar as 200 moradoras do Sítio Cercado selecionadas para participar do projeto Mulheres da Paz, um projeto social dentro do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), feito em parceria da Prefeitura de Curitiba com o Ministério da Justiça. O objetivo do projeto é transformar o bairro num "Território da Paz", com a redução dos índices de criminalidade e de outros problemas sociais, como a gravidez na adolescência e o uso de drogas.
As 200 Mulheres da Paz participaram nesta segunda-feira (11) da abertura oficial do projeto, em solenidade que reuniu lideranças comunitárias do bairro no auditório da Escola Novo Éden. A aula inaugural foi coordenada pela gestora do projeto, Júlia Cordellini, da Secretaria Municipal da Saúde, e também contou com a presença do secretário municipal da Defesa Social, Itamar dos Santos, do coordenador do Pronasci na região de Curitiba, Adalberto Batisti, e da administradora regional do Bairro Novo, Elci Sfredo.
Todas as participantes serão preparadas para mediar conflitos entre os moradores das comunidades onde vivem. "Elas serão mediadoras sociais. Vão nos ajudar a reduzir a violência doméstica e social, criar a cultura da paz, mostrando a todos os vizinhos que é possível resolver conflitos sem agressões", afirmou Júlia Cordellini. Outro objetivo é atrair jovens para os programas sociais da Prefeitura.

O secretário da Defesa Social explicou que o Sítio Cercado foi escolhido pelo Ministério da Justiça entre os bairros da cidade após uma análise que levou em consideração as estatísticas de violência combinadas com vários indicadores sociais, como número de casos de gravidez na adolescência, dependência de drogas, além do número de adolescentes moradores da região. "Sabemos que vamos disputar esses jovens com a criminalidade, especialmente com o tráfico de drogas, mas vamos levá-los para o lado do bem e vamos transformar o Sítio Cercado num Território da Paz, como é o objetivo de todas as ações do Pronasci", disse Itamar dos Santos.

Se depender da disposição das Mulheres da Paz, o objetivo será alcançado. "Vamos cuidar dos adolescentes da nossa comunidade do mesmo jeito que cuidamos dos nossos filhos", afirmou Rosenei Aparecida de Oliveira, presidente do Clube de Mães Unidos do Sambaqui, uma comunidade de 500 moradores que há seis anos deixaram uma área de invasão no Cajuru e foram relocados pela Prefeitura de Curitiba para o loteamento no Sítio Cercado.

Rosenei e todas as 200 Mulheres da Paz foram escolhidas entre 540 candidatas que passaram por entrevistas individuais, coletivas, e dinâmicas de grupo. Elas vão passar por programa de capacitação de 160 horas, que começará na quarta-feira (13), com uma preparação específica para as tarefas que vão realizar na comunidade: mediação de conflitos, técnicas de abordagem, cidadania, prevenção ao uso de drogas, adolescência, inclusão digital, direitos humanos, entre outros temas. Elas receberão uma bolsa-auxílio mensal de R$ 190 durante os 12 meses do projeto.
O trabalho das Mulheres da Paz será acompanhado por uma equipe profissional multidisciplinar das áreas de psicologia, pedagogia, educação, direito e assistência social. Com a ajuda destes profissionais, as mulheres vão dar apoio e encaminhar jovens para o projeto Protejo (proteção de jovens em territórios vulneráveis), uma ação paralela coordenada pela Fundação de Ação Social (FAS), que promoverá atividades para 300 jovens, também do Sítio Cercado. As ações terão como base uma casa alugada especialmente para o projeto, na rua Cruzeiro do Sul, 239.

FONTE: Prefeitura de Curitiba
http://www.curitiba.pr.gov.br/publico/noticia.aspx?codigo=18357

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