"Quando se prepara uma criança para ir consultar um terapeuta como se este fosse “um amigo”, é como se dissesse à criança: “Você vai dar uma ajuda para que sua mãe traia seu pai”.
É exatamente isto que se lhe dá a entender, pois essa pessoa, o terapeuta, supostamente compreende melhor, aconselha melhor a mãe do que o próprio marido. Ou, na maior parte dos casos, o pai está inteiramente de acordo em que alguém, homem ou mulher, se encarregue de modificar o comportamento de seu filho, desde que ele, pai, não tenha de se meter nisso, desde que ele permaneça ignorando o que irá se passar, mesmo ao preço dessa traição moral e de seu abandono do posto paterno (...).
O que é importante é que não sejamos ambíguos. Nós não somos para a criança “uma senhora ou um senhor simpático com quem você vai brincar”. Nós não atendemos uma criança na condição de médico, psicólogo, reeducador, ainda que tenhamos o respectivo título, mas, sim, na condição de psicanalista que assume a responsabilidade por uma relação terapêutica (...). (1990, p.5)
_________. (1990). Seminário de Psicanálise de crianças 2. Rio de Janeiro: Guanabara.
_________. (1990). Seminário de Psicanálise de crianças 2. Rio de Janeiro: Guanabara.
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